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As seitas do Judaismo - Os fariseus

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As seitas do Judaismo - Os fariseus Empty As seitas do Judaismo - Os fariseus

Mensagem  Kobestelo ADM Ter Mar 18, 2008 10:46 am

A conquista do antigo próximo oriente realizada por Alexandre Magno (331 a.C.) foi seguida por uma invasão cultural mais permanente do idioma, costumes, idéias e a religião dos gregos. Finalmente, os intentos de Antíoco Epífanio para helenizar os judeus, quer dizer, para forçá-los a adotar a cultura grega, provocaram a mais decidida resistência (Dan. 11: 14). Os judeus, acodidos por Judas Macabeo e outros sócios da família dele, conhecidos como macabeos ou asmoneos -, demonstrando heroísmo, derrotaram as forças de Antíoco e alcançaram à liberdade (164 a.C.). Entre os judeus, especialmente dos mais ricos e educados como também entre as que residiam além dos limites da Palestina, havia uma tendência gradual para assimilar a cultura grega. Esses judeus eram conhecidos como helenistas e eles constituíram o elemento liberal da sociedade judia. Mas a maioria dos que viviam na Judéia se agarraram firmemente aos costumes e a religião dos antepassados.
Em oposição às influências gregas, um movimento conservador surgiu na Judéia cujos sócios receberam o nome de hasidim (Heb. Yasidim) isso significa os “piedosos” ou “santos”. Os fariseus cujo nome significa “separatistas”, originaram-se dos hasidim, e eles apareceram pela primeira vez como um partido político ao redor do ano 120 a.C durante o tempo de João Hircano. Os fariseus eram o partido da maioria, popular e ortodoxo, o programa deles consistia em aderir rigidamente à lei e a multidão de interpretações tradicionais das Escritas que surgiram por aquele tempo. Eles teimaram em evitar responsabilidades públicas e deveres cívicos. Não se moveram longe do alvoroço e da atividade da vida, mas eram os juizes severos dela, procuravam evitar as relações que acreditavam que os contaminava. Insistiam em que dependessem de Deus para a condução do povo e que trabalhassem a favor deles como Deus havia feito no passado.
A igreja e o Estado estavam unidas na Judéia, como em todos os governos daquele tempo. Entre os judeus a religião concernia ao Estado de um modo especial. Sempre tinha sido deste modo desde os dias de Moisés e de Samuel até David, em cujo tempo a classe sacerdotal havia chegado a ser diferente da autoridade civil. Também, a casa do asmoneos tinha sido sacerdotal, embora não provinha diretamente da linhagem aarónico dos sumo sacerdotes. Então, Judas, Jonatán e Simeão - filhos de Matatías, o velho sacerdote de Modín - continuavam sendo sacerdotes enquanto eles governavam o país recentemente libertado, porque não havia quem tivesse pretensões melhor fundadas para a posição do sacerdócio supremo. Mas os fariseus eram opostos a essa união da liderança política e religiosa; eles quiseram separar a religião da tutela do Estado, liberar o sacerdócio supremo de complicações políticas e mover-se para longe das atividades cívicas.
Mas era difícil levar a frente essa idéia, porque para os judeus não havia uma linha lógica de separação entre a religião e as outras atividades da vida. Para o sacerdócio caberia uma parte da vida pública que não poderia livrar-se de complicações políticas. Os fariseus em vez de apartar-se para longe da sociedade - como fizeram os essênios e mais tarde fizeram os monges cristãos, como estudantes da lei constituíam a classe dos escribas ou teólogos, e, então - embora não pertencessem ao povo comum -, eram os guias espirituais. Eles defenderam suas idéias com ardor e convicção, e conquistaram numerosos partidários para seus pontos de vista.
Os fariseus criam numa vida futura; que Deus, em sua presença, daria felicidade a seu povo, felicidade da qual poderia desfrutar só o justo. Naquele beatífico de estado o justo receberia a recompensa de sua virtude. Mas os infiéis, esses que resistiram a Deus, esses que desobedeceram à lei divina, sofreriam em um lugar de tormento para sempre. Porém, nem todos os fariseus concordavam com os detalhes das recompensas e castigos do futuro que espera ao crente e o infiel. Havia muitas variantes no pensamento sobre a vida depois da morte. Uma convicção comum entre os fariseus era o conceito que em um lugar intermediário todas as almas dos mortos esperaram ser transferidas, cada um para seu destino final. Deste lugar imaginário, designado como Hades (Inferno), esses que ainda não estavam preparados para entrar no “seio de Abraham” (ver Talmud Kiddushin 72ª), poderiam ver a antecipação dos prazeres, enquanto esses que ainda não tinham sido confirmados para um destino ímpio, poderiam visualizar a realidade dos horrores que os esperavam.
Cristo usou na parábola do rico e Lázaro (Luc. 16: 19-31) os ensinos dos fariseus sobre a vida futura, como recurso para destacar cada que um, enquanto vive, deveria tirar bom proveito das advertências e repreensões para si. Depois de sua detenção em Jerusalém, Paulo se valeu da crença dos fariseus na ressurreição para dividir os seus acusadores (Atos 23: 6-10).
Os fariseus mantiveram viva a esperança messiânica. O Ungido viria, restabeleceria e aumentaria de grande modo a glória que Israel tinha tido durante o reinado de David (ver t. IV, pág. 33), e o Messias governaria o mundo (ver t. IV, pág. 35). David tinha sido poderoso e tinha governado com grande influência o mundo; mas o Messias superaria todos os governantes. David tinha sido sábio e bom; mas o Messias seria a justiça encarnada, e embora eles não o concebessem como Deus, acreditavam que seria revestido do sobrenatural. Os termos legalismo, nacionalismo e messianismo poderiam ser usados para descrever a filosofia e os propósitos dos fariseus.
Como a casa do asmoneos adquirida experiência no decorrer do tempo e os deveres do Estado incluíam cada vez mais relações internacionais, os governantes se faziam menos judeus e foram mais caracterizados pelo mesmo Helenismo contra o qual se revoltaram o ancião Matatías e seu filho Judas Macabeo. Essa tendência aumentou até que finalmente prevaleceu a política helenizante da dinastia herodiana.

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