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De Hitler a Ahmadinejad

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Mensagem  Kobestelo ADM Dom Mar 23, 2008 7:23 pm

Na televisão de seu país, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad disse: "Hoje está provado que os sionistas se opõem não só ao islã e aos muçulmanos. Opõem-se à humanidade como um todo”.
“Querem dominar o mundo. Inclusive estão dispostos a sacrificar os regimes ocidentais pela sua causa. Eu disse em Teerã e volto a dizer agora a alguns países ocidentais: deixem de apoiar esta gente corrupta. Cuidem-se, a raiva dos povos muçulmanos está se acumulando e logo chegará ao nível de explodir. Se esse dia chegar, devem saber que as ondas da explosão não se limitarão à região. Atingirão as forças corruptas que apoiam este falso regime".
Por sua vez Hossein Shariatmadari, editor do jornal conservador iraniano Kayhan escreveu em 17 de julho de 2006: "Os povos muçulmanos e muitos outros povos pensam que em termos de geopolítica global, a entidade sionista que se chama Estado de Israel impôs sua presença parasita na região com o apoio de poderes arrogantes. Esta entidade inventa um novo crime, sangrando até a morte mulheres e crianças inocentes ou transformando-os em refugiados. À luz deste problema é perfeitamente óbvio que a luta para eliminar este regime nefasto é não só um dever religioso e nacional obrigatório, como também uma causa universal que compromete cada muçulmano e homem livre".
Naquele mesmo mês, numa entrevista, o líder iraniano Ali Khamenei na televisão expressou o apoio de seu país à organização terrorista Hezbolá, que culminou com os gritos de uma multidão: "Hezbolá é vitorioso. Israel está condenado". (1)
Por que esse ódio? Israel não tem fronteira com o Irã. Não ocupa nenhum território iraniano nem tem nenhum conflito histórico com esse país. Mas o anti-semitismo é uma arma todo-poderosa no mundo islâmico. O furor do fascismo islâmico iraniano tem uma notória semelhança com o furor de Hitler nos anos trinta do século passado. Como Hitler, Ahmadinejad tem um claro objetivo de ódio, os judeus. Com certeza, trata-se de uma ferramenta numa impiedosa luta pelo poder no mundo islâmico. O sonho de Ahmadinejad é impor a supremacia do islã xiita sobre a sunita, com um golpe magistral: a erradicação da terra do maldito Estado judeu, com ou sem bomba atômica. E dali à jihad global contra os infiéis é só um pequeno passo.
Mais de um leitor expressará seu ceticismo: Como falar da eliminação de Israel, a maior potência militar do Oriente Médio? È possível que um país que exerce seu poder opressor de forma letal no Líbano tem a possibilidade de ser destruído?
A teocracia iraniana e várias organizações terroristas árabes não ocultam que esse é seu objetivo e não há dúvida de que não o dizem no campo meramente teórico. Toda a inquietude internacional sobre os planos nucleares do Irã está associada com a possibilidade real e concreta do Irã tentar eliminar Israel. O presidente Ahmadinejad fez declarações uma e outra vez de que Israel será destruído e não se esmerou em ocultar que é precisamente para esse fim que deseja ter a bomba atômica.
As diferenças de população, território e recursos naturais são enormes. O Irã é um país de 1.648.000 km2 enquanto Israel tem só 20.770 km2. O Irã supera os 70 milhões de habitantes, enquanto a população israelense é pouco mais de seis milhões, dos quais um milhão são árabes.
Como Hitler, Ahmadinejad tem suas crenças. Enquanto Hitler acreditava na supremacia da raça ariana, Ahmadinejad crê no sagrado dever de impor a supremacia do islã xiita. O líder iraniano acredita no retorno do Mahdi, o duodécimo imã desaparecido em 940, que virá impor a justiça islâmica na terra e ajudará a vencer os infiéis. Para apressar sua vinda nada melhor que assestar um golpe mortal nos judeus, inimigos do profeta Maomé. Sem levar em conta esta peculiar maneira de ver o mundo, é impossível compreender a crise atual.
Desde que Arafat recusou a oferta israelense de devolver a maior parte dos territórios ocupados no ano de 2000, em troca de um acordo de paz e lançou sua violenta intifada, as críticas de diferentes setores no mundo concentraram-se precisamente na presumida pretensão de Israel de reter esses territórios.
Mas no Líbano não há nenhum território ocupado. Israel retirou-se há seis anos. Existiam todas as condições objetivas para estabelecer uma fronteira de paz, sem nenhum tipo de choques nem de enfrentamentos. Lamentavelmente no território abandonado por Israel no Sul do Líbano estabeleceu-se o Hezbolá, uma organização terrorista cujo único fim é a guerra contra Israel, financiada, armada e controlada pelo Irã com apoio logístico da Síria. Há dois anos, as Nações Unidas pediram o desarmamento do Hezbolá, mas a organização fez ouvidos surdos a esta resolução. Com isso, durante os últimos anos, apesar das ocasionais escaramuças, houve uma espécie de acordo tácito de prescindir as ações hostis. Ao violar esse acordo e seqüestrar soldados, numa ação destinada a abrir uma segunda frente contra Israel após um seqüestro similar em Gaza, o Hezbolá de fato lançou o Líbano numa guerra nas costas de seu povo e seu governo. Israel despertou para uma amarga realidade. Havia dado demasiado tempo a um grupo terrorista hostil, armado por uma potência regional com pretensões hegemônicas, para que se preparasse à guerra contra Israel.
Vejamos a situação num contexto mais geral. Que país do mundo toleraria que um grupo terrorista de um país vizinho o atacasse sistematicamente ante a inação do governo responsável? Que governo responsável aceitaria passivamente provocações sistemáticas de uma organização terrorista num país vizinho cujo fim expresso é sua eliminação como estado e o extermínio de seu povo?
A situação de Israel é ainda mais comprometida pela ação do Hamas na Faixa de Gaza. Como o Hezbolá, a ideologia do Hamas postula no Oriente Médio, o que Hitler tentou fazer na Europa, uma solução final com a eliminação de Israel. Como no Líbano, uma vez mais o "mantra" dos "territórios ocupados" demonstrou sua total falsidade. Os ataques contra Israel não cessaram apesar da retirada traumática dos colonos israelenses da Faixa de Gaza no ano retrasado. Pelo contrario.
Uma guerra é sempre algo terrível. Israel carrega a culpa do sofrimento e das mortes de civis no Líbano, que são conseqüência de uma campanha contra uma organização terrorista que de fato seqüestrou todo um país. Mas essa culpa se minimiza em comparação com a cínica política do Hezbolá de por em perigo a população civil ao instalar suas armas e seus equipamentos militares em áreas densamente povoadas.
Ninguém sabe como terminará a crise atual. Mas se o Líbano não recuperar sua independência e continuar sendo um peão involuntário das aspirações hegemônicas iranianas, seguramente haverá crises futuras não menos duras. Lamentavelmente não existe demasiada margem para o otimismo.
Mas talvez possa ajudar uma reação da opinião pública mundial contra o terrorismo, ainda que tampouco a respeito possamos ter demasiadas ilusões. Na década de trinta do século passado os partidários do apaziguamento, em sua maioria conservadores, insistiam em que as denúncias contra Hitler eram falazes e só eram produto das intrigas judaicas. Hoje o espectro é muito mais amplo. O novo fascismo, complacente com o islã fanático e violento, abarca um espectro mais amplo e a frequentemente pretende ter imaculadas credenciais de esquerda. Há toda uma internacional dos "distraídos do mundo" que aplaude os regimes mais reacionários do mundo, faz vista grossa quando alguns árabes matam outros árabes como acontece diariamente no Iraque e no Sudão e só se preocupa por eventuais excessos na luta contra o terrorismo.
Nessa complexa constelação política e bélica, uma das grandes ironias é que a esquerda israelense, a única autêntica e genuína no Oriente Médio, a única força entre os atuais beligerantes que deseja sinceramente a criação de um estado palestino, próspero e pacífico.
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